[CS3] Breve história de um condenado a morte.

Muito talento e sensibilidade aos desejos e necessidades dos profissionais marcou a vida de um dos melhores softs de produção gráfica já criados até hoje. Como a lançamento do CS3 a Adobe sepulta definitivamente o FreeHand e mostrar sua face monopolista.
A Adobe assumiu que o FreeHand está na UTI. Disse nosso prestigioso colaborador Ricardo Minoru que durante a entrevista de apresentação do pacote CS3 em São Paulo os representantes da Adobe afirmaram que o soft continuará sendo vendido saparadamente, mas sem nenhuma atualização. Assim, agoniza o FreeHand esperando somente pela eutanásia, momento que Bruce Chizen (CEO da Adobe), desejoso de tomar o lugar da Microsoft, desligue o aparato de sobrevivência e o ele suma do mapa.
Eu queria fazer um breve histórico desse soft. Para aqueles mais noviços informação, para os veteranos lembranças.
O FreeHand surgiu em 1988 desenvolvido pela Alsys e licenciado para distribuição pela finada Aldus. Era uma resposta ao soft da Adobe, o Illustrator, e uma tentativa de formar uma solução completa para produção gráfica, junto com o PageMaker e posteriormente o PhotoStyler, um dos poucos concorrentes sérios do Photoshop. A Aldus também lançou diversos outros softs para uso profissional com ColorCentral, PressWise, PrintCentral e o TrapWise. Mas isso já é outro post.
Em 1991 o FreeHand fez seu debut na plataforma Windows 3.0 com a versão 3. Ainda não era uma coisa fácil de usar pois o Windows não tinha uma gerenciamento de fontes unificado, usava o Adobe Type Maneger que não era fácil de controlar. Foi esse período que o CorelDraw surgiu, aproveitou a deficiência do gerenciamento de fontes e ganhou espaço com a versão 2 e 3.
Em 1994 a Aldus lança a versão 4 do FreeHand que foi, ao meu ver, a maior inovação até hoje para o mundo da ilustração vetorial. A versão lançou recursos como múltiplas páginas em formatos diferentes, paleta de controle hoje padrão em todos os softs de ilustração, degradês de múltiplas cores, edição complexa de texto, capacidade de criar leiautes antes restritos ao PageMaker ou QuarkXpress, etc.
No final de 1994, logo após lançar o FreeHand 4, a Aldus deixou de existir sendo incorporada a Adobe. Um processo judicial (lei anti-monopólio) fez a empresa devolver o Freehand à sua criadora, a Altsys, que por sua vez repassou os direitos de comercialização à Macromedia então sob a direção do inovador e arrojado John Bud Colligan (gravem esse nome, retornarei a ele no futuro).
Sob a direção de "Bud" o Freehand encontrou um porto seguro e a Macromedia criou uma estratégia para o mercado produção gráfica com o FreeHand e outro soft ainda mais revolucionário, o XRes. Nesse clima foi lança a versão 5 com somente 180 dias de desenvolvimento e 5.5 logo depois, a mais estável versão do Freehand. Tinha como inovações a abertura da aquitetura com a possibilidade do desenvolvimento de plugins, folhas de estilo (nos moldes do Quark), corretor ortográfico e dezenas de pequena inovações como filtros e efeitos especiais.
A versão 6 foi apenas um beta para Mac. Macromedia lançou em 1996 a versão 7.
No final de 1997 "Bud" sai na Macromeida e a empresa tem mudanças estratégicas de posicionamento prioriza seu novo aplicativo para Internet, o Flash e o Dreamweaver, comprados pelo "Bud", resolvendo abandonar o XRes e deixar o FreeHand minguar sem grandes inovações . Assim em 1998 a versão 8 do FreeHand foi lançada apenas com pequenas mudanças na interface e melhorias nos filtros de importação, exportação e performace. Quem trabalha no soft sabe que nada de relevante foi adicionado desde a versão 8.
O resto da história é a incorporação da Macromedia à Adobe e o posterior sepultamento do incomodo FreeHand.
Vou continuar postando artigos sobre o FreeHand e assuntos correlatos. Acompanhe!

Você encontra muitas outras informações no maravilhoso site Freehandsource.com.

5 comentários:

Edson C. Damasceno disse...

rapaz...muito bom esse artigo... vou colocar um link em meu blog. abraços

Anônimo disse...

o q o Freehand tem de melhor q o Illustrator. EU acho o CS2 excelente e nao entendo pq se usa tanto assim o FH, ainda mais q jà tem mais de ano q a MM foi comprada pela Adobe e o FH serà sepultado de qquer jeito.

agradeço a quem me esclarecer!

Anônimo disse...

"o q o Freehand tem de melhor q o Illustrator?" foi mal, era uma pergunta

Túlio Thales disse...

Cláudio... seus clientes devem ficar satisfeitos com seus trabalhos. Uso o Illustrator desde 99, antes disso utilizava corel... mas com esse seu discurso deu até vontade de da uma sacada nele aqui...

Anônimo disse...

Usei o Freehand desde a versão 2 até a MX (em macs), depois troquei de emprego, fui de agência para uma gráfica), agora sou obrigado a usar o corel, mas estou na luta pela compra da suite da adobe e voltar do lado negro da força. Abraços