[MICROSOFT] Rei morto, rei posto!

Encontrei essa imagem ai do lado no blog do John Dvorak. É uma preciosidade. Mostra a Dell oferecendo drives para o OSX, mas não para o distribuído pela Apple e sim para a versão crackada, a pirata. Após o blog mostrar o fato a Dell retirou do ar. Isso é sem dúvida o que se chama em política de balão de ensaio da Dell. Hoje a pirataria do OSX atingiu um status interessante, o de semi-legalidade e acho que tenho uma explicação.
É profundamente, ou melhor, profundissimamente interessante para a Apple aproveitar o quase fiasco total que foi o lançamento do Windows Vista para promover o seu sistema operacional. Noutros tempos ela ficaria esperando os usuários aportarem simplesmente por gravidade, mas a coisa mudou muito. Não existe entusiasmo com o Windows Vista e o OSX não é mais novidade. A bola da vez parece ser as últimas distribuições do Linux, principalmente o Ubuntu.
Para averiguar esse entusiasmo veja o tipo de pessoas que freqüentam as comunidades dessas distribuições no Orkut e compare com as outras. Antigamente as comunidades do Linux eram recheadas de nerds, hoje é até difícil encontrar alguém para responder uma pergunta. Os mais jovens querem o Linux e não o Windows. Os conceitos pregados pela comunidade Linux estão ganhando corpo: “o soft livre é muito legal e correto”, “Bill Gates é o demônio”, “Linux é coisa de quem é inteligente” e o mais interessante de todos os pensamentos a palavra “Ruwindos” substituindo “Windows”! Existe um frenesi, uma onda favorável ao Linux e contra o Windows.
Nesse clima basta o sucesso de uma distribuição como a Ubuntu 7 ou 8, que vem por aí, que o problema pode transformar-se numa coisa dramática para a Microsoft. Não que a grande empresa vá perder seu reinado, mas vai deixar de mandar nos corações das pessoas e isso é fatal. Aconteceu com a IBM e seu OS2.
Se a onda é favorável ao Linux, por que não aproveitar para conquistar os corações para o OSX e não para o Ubuntu? Finalmente o OSX também é uma espécie de Linux.
Existem muitos indícios dessa abordagem da Apple, o mais visível é o estilo usado pelos que distribuem a tal “pirataria”, similar à comunidade Linux. Sites mal feitos, feios, wikis e outras técnicas comuns ao mundo Linux e desprezadas pelo mundo Mac.
Dizem que na Tailândia os computados montados são vendidos nas lojas com o OSX pré-instalado, todos os drives originais fornecidos pelo fabricante e documentação por U$ 500! Daqui a mais seis meses veremos no Brasil pequenos anúncios espremidos nos cadernos de informática, oferecendo computadores de R$ 999 com um selo “100% compatível com o OSX”! Você verá!
Caso essa estratégia da Apple tenha êxito a briga do futuro não será Windows Vista X Ubuntu e sim Ubuntu x OSX.

[HARDWARE] 1 + 1 pode não ser dois

Eu adoro construir meus próprios computadores. Esse que estou usando para fazer o blog é um Athlon 64 “Venice” (mono core) 2,2GHz. Você sabe por que eu fiz questão de colocar esse “Venice”, por conta de ser o primeiro modelo da AMD a suportar instruções SSE3 e tem uma forma rápida de comunicação com a memória usando um canal duplo. Para deixá-lo ainda mais ligeiro coloquei um HD SATA bem rápido para o boot e montei um disco RAID 0 com outros dois HDs para ser o depósito de arquivos. Ou seja, programa roda num local, arquivo é guardado em outro. Isso melhora o desempenho. É uma máquina gostosa de trabalhar e o preço foi em conta, R$ 3.530 (U$ 1.560) com monitor de 19´e 2GB de memória.

Estou dizendo isso para introduzir o preço de um Mac Pro com dois 3.0GHz Quad-Core Intel Xeon com características bem similares ao meu: U$ 5.890. Com os impostos e tudo mais chegaria ao Brasil R$ 9.500, ou seja R$19.665!!!! Seria possível comprar quase seis máquinas das minhas.
Mas não esmoreça logo agora. As máquinas da Apple tem OITO núcleos a minha apenas um. 8 x 1 é um placar bem elástico. Mas o que isso significa de fato. O próprio site da Apple responde nas entrelinhas.
Na propaganda do desempenho do novo Mac Pro ele compara uma tarefa feita no Photoshop pelos 8 núcleos com 4 núclos. Pasmem! A máquina com 8 núcleos conseguiu ser 8% mais rápida. Só que na comparação a máquina com 4 núcleos trabalhava com um clock de 2,5GHz e a de 8 com 3GHz. A verdadeira diferença deve ser menos de 2%, ou seja, imperceptível. A diferença de preço entre as máquinas é de 1.500 doláres, o cidadão está pagando mais de 5 mil reais por um ganho de desempenho quase nulo.
Então, para que serve tantos núcleos. Na situação atual somente para o marketing da Apple vender mais um pouco.
Existe alguma diferença real sim, mas entre um núcleo e dois núcleos. Muitas tarefas até do próprio sistema operacional são divididas e rodadas separadamente em dois núcleos. Mas oito núcleos para trabalharem a todo vapor precisariam de muito mais que temos hoje na plataforma Intel ou AMD. Eu vou explicar direitinho.
Mesmo tendo muitos núcleos o computador tem apenas um banco de memória que é compartilhado por todos os núcleos, um de cada vez. Quando é possível a tarefa é divididas em pequenas tarefas menores e distribuídas entre os núcleos. Muitas tarefas, entretanto, não podem ser subdivididas como o acesso aos periféricos e a maior parte das operações do sistema operacional, por exemplo. Assim, durante a maior parte do tempo a máquina usa apenas um núcleo. Softs como o Final Cut e o Photoshop, que fazem uso intenso de HD, não podem usufruir dos múltiplos núcleos. Softs que usam muito processamento paralelo e pouco HD como o Maya, ganham mais.
Esse tipo ineficiente de uso de múltiplo processamento é chamando de “Partitioning”. O uso mais eficiente seria o “Mapping” onde cada núcleo tem sua própria memória e suas próprias interrupções de acesso aos periféricos. O soft criado para esse tipo de processamento dividiria de fato até as menores tarefas com todos os núcleos.
A criação de um sistema de 64 bits, que permitisse mais de 2GB de ram, com multiprocessamento por “Mapping”, mesmo já sendo perfeitamente disponível, ainda é futuro para a Apple.
Por enquanto me engana que eu gosto.

[EBOOKS RAROS] Camões em grande estilo

Eu sou um apaixonado por livros e adoro ebook, livros digitais. Queria oferecer a vocês que visitam o meu blog o mais clássico de todos os livros da língua portuguesa; Os Lusíadas de Luís de Camões, em uma edição esplendorosa de 1572. Essa é a segunda edição dos Lusíadas, feita pessoalmente pelo autor que só veio morrer em 1580.
Eu não queria fazer mais um explicação da importância da obra, mas me ater em algumas características da impressão, da estética e da própria língua portuguesa escrita por volta de 1570.
A obra segue a estética das obras clássicas iniciadas por Aldo Manucio. Basta olha para uma Bíblia de Gutemberg que se ver quanto foi inovador o estilo de Aldo. A Bíblia de Gutemberg tem uma estética barroca, cheia de cores e detalhes. Era uma obra cara, feita para poucos. Mas a prensa de Aldo era mais popular, fazia obras menores e limpas, com poucos detalhes.
Quanto as letras, Aldus foi quem criou as fontes proporcionais, ou seja, aquelas onde cada letra ocupa um espaço diferente. Também é o criador das fontes itálicas. Tudo isso para aumentar a quantidade de texto em cada página e reduzir o preço dos livros. Na obra de Camões vemos a forma da prensa aldina de compor livros.
Duas curiosidades: A primeira é que o título foi separado por hífen. Isso hoje seria considerado um absurdo, mas no tempo de Camões a estética da capa era mais importante que a integridade do título.
Outra é o uso da letra grega beta (ß) para substituir o "ss". Esse costume ainda é normal em alguns idiomas como o Alemão (caiu na última reforma ortográfica, se não me engano em 1996). No alemão o "ß" é chamado de Ezsett.
A origem do caracter ß no português antigo é bem interessante, foi um simples confussão visual que tornou um erro numa regra. O caracter ß resulta da ligação visual entre o caracter ſ (equivalente a um "s" longo) e o caracter s. Explica-se, portanto, o uso do ß por Camões.

Só para você acompanhar. O trecho ao lado é o seguinte:

"As armas, e os barões assinalados,
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram, ainda além da Taprobana,
Em perigos, e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana.
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram."

Esse é o primeiro verso do primeiro canto do Lusíadas.

AQUI!! Você pode baixar o livro, com alguma paciência ler Camões nos originais!!!

Prelo Digital também é cultura. Cultura de comunicação impressa.

[HARDWARE] Você sabe o que é um Hackintosh?

Você conhece um Hackintosh? Não?
Trata-se de um PC normal, X86, P4 ou AMD rodando OSX. Isso mesmo, aquele computador que se compra por menos de mil balas rodando o precioso, delicioso e vistoso OSX. Você não acredite? Pois é a pura verdade.
Eu fui apresentado, por um colega aqui do Recife, a um PC, daquele bege, horrível, com um monitor de 15' rodando OSX. Dei uma bela gargalhada e fiquei curioso para saber se uma das minhas máquinas (eu tenho quatro) também poderia tornar-se um Hackintosh. Peguei emprestado o DVD pirata e levei pra casa. Nenhuma das máquinas conseguiu iniciar a instalação do sistema. É que eu sempre monto minhas máquinas com as mesmas placas mães (ASUS) e o chipset do controlador de HDs não é compatível. Fiquei só na vontade, mas não cometi uma ilegalidade (Rarará!).
Fui então vasculhar pela internet uma solução para o problema do chipset. Descobri que não tem solução. É incompatível e zé-fi-ni!
Porém, uma coisa me deixou surpreso, a quantidade de sites dedicados exclusivamente a piratear o OSX. Nunca conheci uma só comunidade com o objetivo de hackear o Windows. Ele é hackeado, distribuído aos quatro cantos do mundo e ninguém sabe quem fez. Mas o Mac OSX não. Todo mundo sabe quem quebrou as proteções da Apple, existem dezenas de comunidades que recebem até donativos por cartão de crédito para ajudar no projeto de divulgar as cópias piradas do OSX e fornecer suporte aos usuários que desejem instalar o soft do Steve Jobs em qualquer PCs de pé-de-escada.
Foi a manifestação mais escancarada que vi até hoje desse tipo de marketing ilegal. A Apple entrou no jogo da Microsoft com tudo que tinha, em grande estilo.
Pode visitar para conferir. Lá tem tudo. Suporte idêntico ao do site da Apple. Caso você queira fazer o teste é melhor olhar se sua máquina suporta o OSX, mas não se preocupe, está tudo bem explicadinho e fácil de encontrar.
Divirta-se e ano que vem compre um OSX legal que o Steve Jobs (CEO da Apple) agradeçe, ou seja, se você já decidiu piratear um sistema operacional escolha o OSX que tem até suporte. Esqueça o Windows Vista!

AQUI!!! - Um tutorial em espanhol muito preciso.
AQUI!!! - O WIKI da comunidade de Hackers do OSX. Você pode fazer um donativo em dinheiro e ajudar a causa (Rarará!).
AQUI!!! - O Forum da comunidade

[GRÁTIS] Fontes, fontes e mais fontes...

Esse endereço pode salvar a sua vida. São 9.800 fontes na sua amplíssima maioria imprestáveis, lixo digital do mais autêntico. Entretanto, podem dar um toque especial naquele leiaute que você julgava condenado ou naquela logomarca do cliente chato.
O que mais ajuda é com toda certeza o aplicativo que mostra um preview.

AQUI!!

[CRÔNICA] Meu primeiro contato com um Mac

Meu primeiro contato com um Macintosh foi traumático.
Aconteceu em 1994, quando eu fui dar um curso de QuarkXpress no Diário de Pernambuco.
Eu já usava o Quark desde o lançamento da versão Windows. Naquele tempo as imagesseters não eram triviais como hoje. Eu criava as coisas e mandava fazer os fotolitos no Buereu Bandeirantes em São Paulo, pois no Recife, onde moro, não existia nenhum buereu.
Tive que aprender a fazer arquivos de impressão perfeitos pois não podia sair nada errado, não existia segunda chance.
Eu já tinha sido apresentado a alguns macs mas trabalhava no meu PC com o Windows 3.1 rodando QuarkXpress 3, FreeHand 3.5 e 4, e Photosho 2.5. Tudo isso em 16 MB de ram. Rarará!
Bem, recebi o convite para treinar uma equipe que iria iniciar a produção digital do jornal. Até aquele momento o jornal era todo manual, no lambe-lambe. Toda a diagramação do Jornal seria feita em PCs com QuarXpress pela facilidade de manutenção.
Lá no Diário, existia no centro de uma sala uma imagesseter AGFA tão antiga que nem lembro o nome (acho que era uma AGFAAccuset 800). Ela fazia as separações de cores do jornal. E para gerar os arquivos um Macintosh IIvi rodando Photoshop 2 com 40MB de ram.
Eu precisava digitalizar uns cromos e fui até o mac. Lá comecei a procurar o botão de ligar. Eu já tinha operado um mac mas nunca tinha ligado nenhum, todos os que eu tinha trabalhodo já estavam ligados.
Procurei, procurei, procurei e não achei nada. Aquele computador não tinha nenhum botão de ligar.

Fiquei perplexo.

Eu sabia montar e desmontar qualquer PC, mas não sabia sequer ligar um Mac.

Foi uma da maiores humilhações de minha vida.

Depois de 15 minutos procurando um botão chamei o operador da imagesseter que apertou uma tecla do teclado e a máquina fez aquele som característico "blounnn".

Rarará!

No mesmo dia todos os meus alunos estavam sabendo da história e gozando comigo dizendo:

- Liga no teclado viu Cláudio.

Como todos podem constatar meu relacionamento com os Macs nunca foi bom. Nada pessoal.