[DTP COM LINUX] - FreeHand 7 x Inkscape

Mesmo com boas ferramentas de desenho o Inkscape não consegue avançar na produção gráfica pela deficiência crônica de recursos fundamentais.

Em nossa avaliação sobre a possibilidade de construir uma solução para produção gráfica usando Linux o maior e mais dramático problema é a ilustração vetorial. A solução mais comum apresentada pela comunidade Linux é o Inkscape. Instalei o soft e procurei no baú até achar minha velha cópia do FreeHand 7, lançado pela já saudosa Macromedia em 1996/97, portanto, com uma defasagem de dez anos. Depois que instalei o FreeHand notei que é impossível sequer fazer uma comparação válida face a superioridade absoluta do FreeHand para a produção gráfica. Tem explicação. O Inkscape simplesmente não é um soft para a produção impressa e sim de peças voltadas para a Internet. Todos os recursos não utilizados pela Internet são ignorados pelo Inkscape. A ausência é mais dramática é na edição de texto, onde supõe-se que o usuário não terá parágrafos e usará somente linhas de texto, como realmente acontece na Internet. A deficiência também está presente na impressão. Nenhum tipo de ajuda, que não seja as do próprio drive da impressora, é oferecido ao usuário. Nada, nada, nada. A falta de um mecanismo eficiente de separação de cores torna o soft inútil para offset e para serigrafia. A falta de mecanismo para criação de trap e até mesmo o overprint de uma cor ou objeto o torna inútil para qualquer tentativa de uso profissional em flexo.
Não é só isso, tem mais. Como um soft de desenho vetorial para Internet ele salva no formato SVG que foi desenvolvido pela Adobe como solução para fluxo de informações vetoriais pela web e adotada como padrão oficial. Isso seria uma vantagem, já que o que é produzido pelo Inkscape poderia ser aberto diretamente pelo Adobe Illustrator (O CorelDraw não faz isso, por exemplo). O nosso objetivo, entretanto, é justamente o contrário. Devemos evitar usar softs pagos e/ou de outras plataformas. Assim a única vantagem que encontrei no Inkscape foi anulada.
Com todas essas deficiências não é possível usar o Inkscape para a produção direta de peças impressas, como uma solução “solteira”. Restaria para ele o papel de soft auxiliar do Scribus gerando ilustrações vetoriais sem texto para serem importadas e novamente editadas no Scribus.
Esse fluxo de trabalho impõe ao usuário o ônus de aprender dois softs, um deles, o Scribus, complexo, para dar saída a um arquivo simples como um panfleto. Seria muito difícil encontrar um design ou diagramador que desejasse trabalhar numa solução dessas.

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