[ADOBE] O Photoshop está diminuindo.


Adobe não é mais o motor da indústria de componentes eletrônicos e seu Photoshop ensaia ficar para trás rapidamente.


A última grande e significativa modificação ocorrida no Photoshop para o usuário de produção gráfica foi o tratamento vetorial para tipos. Essa mudança permitiu a confecção de leiautes simples dentro do próprio programa e simplificou muitas técnicas, mas essa mudança ocorreu na versão 7, no já longínquo 2001.
De lá para cá a Adobe não fez grandes mudanças, apenas melhorou o patrimônio que já existia e conseguiu dar um amplo suporte para fotógrafos. Apenas isso. Mesmo assim, a distância entre o programa e os concorrentes é tão astronômica que seria possível lançar a versão CS4 e CS5 sem nenhuma novidade e mesmo assim manter a liderança.
A recente técnica de redimensionamento lançada pelo Dr. Shai Avidan demonstra bem essa “crise de criatividade” que tem assolado os engenheiros da empresa. A Adobe teve muita sorte que o cidadão aceitou o convite de primeira. Caso ele fosse mais um maluco do código livre e resolvesse colocar a técnica num soft já estabelecido com o Gimp a coisa poderia não ficar muito legal e o Photoshop iniciar um processo de decadência, como ocorreu com o QuarXPress. A Adobe percebeu rapidamente o grande perigo e usou chumbo grosso para debelar a ameaça.
Mas outra ameaça ainda paira sobre o Photoshop; A falta de uma versão 64 bits do programa.
Quando o pacote CS3 foi lançado todos imaginavam que seria também lançada uma versão 64 bits, pelo menos do Photoshop. Não ocorreu.
Mas o que vem a ser um soft 64 bits e que tipo de vantagem seria possível?
Um aplicativo rodando num sistema operacional com 64 bits consegue, na prática, reduzir o tempo de algumas tarefas (uma garrafa grande leva mais água que uma pequena) e, principalmente, ampliar e muito a quantidade de endereçamentos de memória possíveis. Veja como a memória é ampliada: Um sistema operacional de 32 bits, como os atuais Windows XP e Mac OSX, tem condições de endereçar 232 bits, ou seja, 4.294.967.296 Bytes, ou 4 gigabytes. Então a memória RAM dos atuais aplicativos, incluindo o Photoshop, não pode ultrapassar esse limite. Usando os novos chips como o Athlon 64 (padrão AMD64 ISA) da AMD e o Core Due da Intel (padrão X86-64) é possível usar um sistema operacional com 64 bits que endereçaria até 256 Terabytes de memória RAM (65 mil vezes mais que com os 32 bits atuais).
Fica clara a vantagem, o casamento maravilhoso entre os chips com diversos núcleos como o Core Due e Quarto e o AMD64 X2 e X4 e o sistema operacional com 64 bits. Amplia-se a possibilidade de processamento e também a de memória.
Mesmo assim a Adobe não lançou nenhum versão 64 bits do Photoshop.
A desculpa oficial foi dada já há algum tempo por Scott Byer, co-design de código do Photoshop da Adobe. Ele enumera uma série de fatores tais como uma base instalada 32 bits muito ampla, a instabilidade da versão 64 bits do Mac OS X e problemas de compatibilidade com as atuais bibliotecas de código que são um grande patrimônio da Adobe.
Mas, na verdade, o que aconteceu foi uma inversão de prioridades na empresa. A Adobe preferiu consumar a incorporação da Macromedia antes de partir para novos projetos. A versão CS3 de todo o pacote da Adobe tem esse significado. Além do mais, o único sistema operacional comercial 64 bits estável é o Windows da Microsoft, tanto o XP como o Vista, e a Adobe anda as turras com Bill Gates.
A necessidade de uma base 64 bits está amadurecendo rapidamente. Aqui mesmo no Prelo, há cinco dias, noticiei um computador vendido na loja de varejo EXTRA com possibilidade física de usar até 8 gigabytes, ou seja, o dobro do que é possível de ser reconhecido por qualquer sistema operacional de 32 bits e pelo Photoshop. A indústria de chips está dando um banho na Adobe. Daqui há dois ou três anos quando a empresa resolver lançar o CS4 os computadores já estarão com 64 ou até mesmo 128 gigas de RAM e milhares de aplicações estarão rodando em 64 bits, inclusive o odiado GIMP.
A Adobe está, nesse momento, à reboque da indústria de processadores e memória, muito diferente da Adobe de 1994 que lançou a versão 32 bits do Photoshop antes da Microsoft lançar o Windows NT e 95!

1 comentários:

Anônimo disse...

Que saudades daquela Adobe de anos atrás... do Photoshop 4 e do 7. Pra mim foram os mais revolucionários.

Abraço